pra virar o escuro escondo os dentes e o último pensamento até ouvir o coração bater atrás do joelho, entre as sobrancelhas, no couro cabeludo, no baço repito a frase: Amanhã amanhã pensei um barco que se navegasse eu não queria aprender a guiar o barco e desviar de pedras queria que o barco se autoguiasse eu deito no chão do barco e vejo o céu não é calor nuvem nenhuma por isso estrela estrela estrela e do mar vem o cheiro do amaciante que a minha mãe usava no mar as estrelas refletidas são pequenos peixes cintilantes profetizo o apocalipse, começa pelos peixes pequenos postergo o fim: Amanhã amanhã reconheço na frase um sujeito e um verbo intransitivo imagino quanto custariam as frases no apocalipse aprendo o fim pelos peixes é escuro então acordo meus mortos deito no barco morro um pouquinho o chão estrelas meu coração bate no couro cabeludo sussurro: Amanhã amanhã 29.07.2024
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O caminho que você faz com as palavras, May... Elas nem precisam de destino.
nossa, amei de um tanto 💙